O líder eterno que continua a escrever páginas de glória
Nico Otamendi voltou a provar que a idade é apenas um número. Aos 37 anos e 256 dias, o capitão do Benfica fez história ao tornar-se o jogador mais velho de sempre a marcar um golo pelo clube, ultrapassando o recorde do compatriota Ángel Di María. O feito aconteceu na goleada por 5-0 frente ao Arouca, na 9.ª jornada da Primeira Liga, com o argentino a deixar a sua marca — literalmente — num cabeceamento fulminante aos 45+6 minutos.
Num jogo dominado do início ao fim pelas águias, Otamendi coroou a exibição coletiva com um momento simbólico, reforçando o peso da sua liderança e a longevidade impressionante da sua carreira.
Um golo que vale mais do que recordes
Mais do que um simples número nas estatísticas, o golo de Otamendi é o reflexo de uma mentalidade que o tornou uma das figuras mais respeitadas do futebol português. O central argentino mostrou, uma vez mais, que continua a ser um exemplo de entrega e de consistência, mesmo numa fase em que muitos já pensariam em pendurar as botas.
O cabeceamento certeiro, num momento-chave do jogo, não só quebrou o recorde de Di María — estabelecido recentemente no Mundial de Clubes frente ao Chelsea — como também consolidou o estatuto de Otamendi como uma lenda viva da Luz.
A cada jogo, o capitão demonstra que o Benfica não vive apenas de juventude e talento emergente, mas também da experiência e do caráter de jogadores que entendem o que é vestir o manto sagrado encarnado.
Di María ultrapassado — e com fair play
A “vitória” de Otamendi sobre Di María neste duelo de veteranos é simbólica: dois argentinos, campeões do mundo e símbolos de liderança e carisma. A diferença é que, enquanto Di María conquistou o coração dos adeptos com magia e criatividade, Otamendi fê-lo com garra e firmeza.
O jornal A Bola destacou a curiosidade do recorde: Di María detinha-o há poucos meses, com 37 anos e 134 dias. Agora, o trono passa para o capitão, que promete mantê-lo por mais algum tempo — até porque o contrato com o Benfica é válido até ao final da temporada, e tudo indica que ainda há capítulos por escrever.
Um marco que espelha uma carreira exemplar
Desde que chegou ao Benfica, Otamendi tornou-se numa figura incontornável. Já soma 249 jogos oficiais com a camisola encarnada e prepara-se para atingir a marca simbólica dos 250, algo que poucos estrangeiros alcançaram na história do clube.
A sua passagem pela Luz tem sido marcada por liderança dentro e fora de campo. Mesmo com o passar dos anos, continua a ser titular indiscutível, referência no balneário e o primeiro a puxar pela equipa em momentos de adversidade.
A longevidade e consistência do argentino refletem o seu profissionalismo exemplar — atributos que Roger Schmidt e os adeptos reconhecem e valorizam profundamente.
O segredo da longevidade
O que faz de Otamendi um jogador capaz de competir ao mais alto nível aos 37 anos? Parte da resposta está na sua mentalidade inabalável. O central é conhecido por treinar com a mesma intensidade com que joga. Não baixa a guarda, não aceita o “bom o suficiente”.
Além disso, a sua leitura de jogo, posicionamento e liderança compensam qualquer perda de velocidade. Otamendi adaptou-se à idade com inteligência, tornando-se menos impulsivo e mais cerebral — um verdadeiro “muro” moderno, com alma de gladiador.
Benfica em alta — e o capitão como símbolo
A goleada sobre o Arouca veio confirmar o bom momento das águias, que parecem finalmente encontrar estabilidade e ritmo sob o comando de Roger Schmidt. Mais do que o resultado expressivo, a partida ficou marcada pela comunhão entre adeptos e equipa — algo que o golo de Otamendi ajudou a amplificar.
Cada celebração do capitão é um lembrete de que o Benfica vive da união entre gerações: dos jovens que despontam e dos veteranos que os inspiram.
“Velho”? Só para os números
Há algo quase poético no facto de um defesa central — posição tantas vezes associada à força física — continuar a impor-se aos 37 anos. Otamendi é hoje o espelho da longevidade competitiva e do amor ao jogo.
Enquanto muitos jogadores optam por aventuras mais tranquilas nesta fase da carreira, o argentino continua a lutar pelo topo em competições exigentes, liderando uma das equipas mais emblemáticas da Europa.
O seu golo frente ao Arouca não é apenas um recorde; é uma mensagem: o futebol ainda tem espaço para os veteranos que não se rendem.
O futuro: mais recordes à vista?
Com contrato até junho de 2026, Otamendi poderá aumentar ainda mais o recorde. Se continuar a jogar e a marcar, o argentino poderá tornar-se não apenas o mais velho a marcar, mas também o estrangeiro com mais jogos da história do Benfica — uma meta perfeitamente ao seu alcance.
E, quem sabe, terminar a carreira com mais um título nacional ou europeu seria o desfecho ideal para um percurso repleto de conquistas e lealdade.
Conclusão: o capitão que o tempo não dobra
Nico Otamendi é mais do que um jogador experiente — é o símbolo de uma era de resistência e profissionalismo num futebol cada vez mais efémero.
O seu golo frente ao Arouca é histórico, mas a sua importância vai muito além disso. Representa o espírito de luta, a paixão e a mentalidade vencedora que o Benfica tanto valoriza.
Aos 37 anos e 256 dias, Otamendi não parece disposto a parar. E se há algo que esta temporada já provou, é que enquanto o capitão estiver em campo, o relógio pode continuar a correr — mas ele continuará, orgulhosamente, a desafiar o tempo.

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