
O Sporting CP venceu o Marselha por 2-1 na terceira jornada da Liga dos Campeões, numa noite de garra e superação em Alvalade. Após o encontro, o treinador Rui Borges fez questão de desvalorizar as críticas e a suposta má fase da equipa, destacando o caráter, a atitude e o espírito competitivo dos seus jogadores.
“Só uma grande equipa conseguia dar a volta”
Em declarações à Sport TV, Rui Borges enalteceu a entrega e maturidade da equipa, que soube reagir após um início de jogo complicado. O Marselha entrou melhor, adiantou-se no marcador e impôs dificuldades, mas o Sporting mostrou personalidade e deu a volta ao resultado.
"O Sporting teve uma atitude competitiva muito grande do início ao fim do jogo. Na segunda parte, jogámos com muito coração, mas só uma grande equipa é que conseguia dar a volta", afirmou o técnico, visivelmente satisfeito com a resposta dos seus jogadores.
O treinador não quis, contudo, desvalorizar o adversário, reconhecendo o perigo constante dos franceses, mesmo em inferioridade numérica:
"O Marselha, mesmo com 10, não deixa de ser muito perigoso. Estivemos sempre preparados e conscientes de que o jogo só terminava quando o árbitro apitasse."
Um Sporting com alma e mentalidade vencedora
Rui Borges destacou também a resiliência emocional do grupo, elogiando a forma como a equipa reagiu ao golo sofrido, num lance semelhante a um erro cometido frente ao Nápoles.
"Na primeira parte sofremos um golo como o do Nápoles, que não pode acontecer, mas soubemos reagir. Só uma grande equipa é que conseguia dar a volta ao resultado."
O treinador admitiu que houve momentos de nervosismo, especialmente nos instantes finais, quando a equipa tentou controlar o jogo:
"No fim perdemos um pouco o discernimento, queríamos fazer tudo à pressa, mas foram só cinco minutos. De resto, a equipa esteve muito bem e manteve sempre o foco."
A análise do técnico reflete um Sporting mais equilibrado, que aprendeu com os erros recentes e encontrou em Alvalade a confiança que precisava para retomar o caminho das vitórias.
“Não existe má fase, existe trabalho e união”
Questionado sobre a alegada “má fase” da equipa — tema levantado nas últimas semanas por parte da imprensa e adeptos — Rui Borges foi claro e direto:
"O Sporting está igual a si próprio. Não vamos estar sempre no nosso melhor, sabemos disso, mas faz parte. Isso da fase para mim não existe. O espírito que existe é fantástico, e o nosso discurso interno é a única coisa que importa."
Com esta declaração, o treinador demonstrou confiança e serenidade, reforçando que a identidade do Sporting permanece intacta. O foco, segundo Rui Borges, continua a ser o crescimento coletivo e a consistência em todas as competições.
Vitória que reforça confiança e ambição
O triunfo sobre o Marselha teve um valor simbólico e competitivo importante. Além de colocar o Sporting numa posição favorável na luta pelo apuramento, serviu também para consolidar a moral do grupo.
A exibição, marcada por intensidade, solidariedade e espírito de sacrifício, mostrou um Sporting determinado a corrigir as falhas do passado recente. Jogadores como Geny Catamo, Alisson Santos e Hjulmand foram peças-chave, demonstrando qualidade e maturidade num jogo exigente.
A importância do fator Alvalade
O ambiente no Estádio José Alvalade foi outro elemento decisivo. Os adeptos empurraram a equipa mesmo nos momentos mais difíceis, criando uma atmosfera vibrante e de total apoio. Rui Borges não deixou de reconhecer esse papel:
"Os adeptos foram incríveis. Sentimos o apoio em todos os momentos. Quando acreditamos juntos, somos muito mais fortes."
A ligação entre equipa e bancada parece mais sólida do que nunca, e esse fator poderá ser determinante para o resto da campanha na Liga dos Campeões.
Análise: Um Sporting em evolução, não em crise
A leitura de Rui Borges sobre a “fase” do Sporting é mais do que um discurso motivacional — é uma análise lúcida de um processo natural de crescimento. Nenhuma equipa se mantém num nível máximo durante toda a época, e reconhecer isso sem dramatismos é sinal de maturidade técnica e emocional.
Os leões mostraram que têm argumentos para lutar de igual para igual com equipas de topo europeu. O equilíbrio entre juventude e experiência, aliado a um estilo de jogo cada vez mais consistente, confirma que o Sporting está no caminho certo.
Próximos desafios e objetivos
Com a vitória sobre o Marselha, o Sporting reforça a sua posição no grupo e ganha ânimo para as próximas jornadas da Liga dos Campeões. No entanto, Rui Borges prefere olhar para o futuro com prudência e foco no essencial: “jogo a jogo”.
A equipa terá agora de gerir o calendário com inteligência, dividindo esforços entre o campeonato e a competição europeia, sem perder a identidade e intensidade que a caracterizam.
Conclusão: Espírito de equipa e confiança renovada
Rui Borges deixou uma mensagem clara: não há crise em Alvalade, há compromisso e trabalho. O Sporting voltou a provar que sabe sofrer, reagir e vencer — características fundamentais de uma equipa grande.
A vitória sobre o Marselha não foi apenas mais um resultado positivo; foi um sinal de maturidade e união, mostrando que os leões estão prontos para enfrentar qualquer adversário.
Com o grupo motivado, o treinador confiante e Alvalade a pulsar de energia, o Sporting reafirma-se como uma força respeitada na Europa.
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