Dragões voltam a vencer e técnico italiano deixa aviso à concorrência
O FC Porto regressou às vitórias na Primeira Liga, ao bater o Moreirense por 2-1 fora de casa, num duelo intenso e decidido apenas nos minutos finais. Com este triunfo, os dragões consolidaram a liderança isolada da competição e confirmaram um momento de ascensão sob o comando de Francesco Farioli.
Na conferência de imprensa após o encontro, o técnico italiano destacou a importância do resultado e fez uma afirmação que rapidamente se tornou tema de debate entre adeptos e analistas: “As equipas já temem o FC Porto.”
Segundo Farioli, os adversários estão a mudar a forma como encaram os dragões, privilegiando uma postura mais defensiva e conservadora, cientes do poder ofensivo e da intensidade da equipa portista.
“As equipas já têmem o FC Porto”
O treinador começou por explicar que o triunfo foi fruto de uma exibição de carácter e paciência:
“Estamos a entrar numa fase diferente. As equipas já temem o FC Porto e começam a defender cada vez mais atrás. No início da época, havia equipas que nos pressionavam mais alto, mas agora tentam fechar todos os espaços e apostar no contra-ataque. É normal que os jogos fiquem mais equilibrados, mas isso mostra o respeito que conquistámos.”
A declaração soou a mensagem de confiança e poder — e, ao mesmo tempo, uma indireta à crítica que vinha apontando alguma quebra no rendimento ofensivo da equipa. Farioli, contudo, garante que o processo está no caminho certo e que os dragões continuam a evoluir.
“Temos de continuar a trabalhar o nosso processo. O importante é que, mesmo em jogos difíceis e com campos complicados, mostramos personalidade. Esta vitória foi mais uma prova da força do grupo.”
Um jogo de sofrimento e glória
A partida frente ao Moreirense foi tudo menos fácil. O FC Porto começou em desvantagem, depois de um golo dos cónegos aos 18 minutos. Ainda antes do intervalo, Samu empatou através de uma grande penalidade, e já perto do fim, Deniz Gül surgiu como herói improvável ao marcar o golo da reviravolta aos 90’.
O final do jogo foi um misto de sofrimento e euforia, com o técnico portista a destacar a entrega dos jogadores e a resiliência da equipa.
“Vi a chama nos jogadores. Jogámos com vontade de sofrer e de continuar a acreditar. O adversário começou a temer-nos, tentou defender muito baixo, e isso é uma grande mensagem para todos. Estamos a criar novamente perigo no adversário e a recuperar a nossa identidade.”
A “chama” do novo FC Porto
Desde que assumiu o comando técnico, Farioli tem insistido na ideia de uma equipa intensa, organizada e emocionalmente sólida. O conceito da “chama” — expressão que usou na antevisão do jogo — tornou-se uma espécie de símbolo interno do novo ciclo portista.
Segundo o treinador, essa chama representa “o espírito competitivo e a vontade de lutar até ao último minuto”, algo que o FC Porto demonstrou de forma clara em Moreira de Cónegos.
“Esta vitória é especial porque mostra que a equipa nunca desiste. Mesmo quando o jogo parece perdido, há sempre energia e crença. É essa chama que quero ver em todos os jogos.”
Análise: respeito ou medo?
A afirmação de Farioli — “as equipas já temem o FC Porto” — dividiu opiniões. Para uns, é uma constatação óbvia do poder e da influência dos dragões no futebol português. Para outros, é um exagero estratégico que tenta reforçar a moral interna num momento de maior pressão competitiva.
A verdade é que o Porto de Farioli começa a ganhar identidade: é uma equipa que sofre, mas vence. Que equilibra intensidade e pragmatismo. Que não encanta sempre, mas quase nunca falha.
Os números falam por si: liderança isolada com 25 pontos em nove jornadas e uma defesa sólida, somando apenas seis golos sofridos.
O que vem a seguir: foco no Braga
O treinador já vira a página e pensa no próximo desafio — um duelo frente ao Sporting de Braga, adversário direto e em excelente forma tanto na Europa como na Liga.
“Teremos menos de uma semana para analisar uma equipa que está num grande momento. Será um jogo complicado, mas temos seis dias para preparar tudo. O importante é manter o foco e continuar a crescer.”
A partida promete ser mais um teste à solidez e ambição deste novo FC Porto.
A confiança de um projeto em evolução
A comunicação de Farioli mostra um técnico confiante e consciente do peso de liderar um clube como o Porto. A forma como equilibra discurso motivacional e autocrítica é vista dentro do clube como um sinal de maturidade e de comando.
O plantel, por sua vez, parece responder à altura. Jogadores como Samu, Gül e Eustaquio começam a afirmar-se como protagonistas, enquanto o espírito coletivo dá sinais de fortalecimento.
Há, contudo, quem alerte que o treinador deve manter os pés no chão. No futebol português, o respeito conquista-se jogo a jogo — e uma declaração sobre o “temor” dos adversários pode servir de motivação extra aos rivais.
Conclusão: Farioli quer um Porto temido… e vencedor
O FC Porto parece finalmente encontrar o equilíbrio entre intensidade e controlo. A vitória sobre o Moreirense não foi brilhante, mas foi madura — e, acima de tudo, reafirmou o caráter competitivo que sempre distinguiu o clube.
A mensagem de Francesco Farioli é clara: o Porto está de volta ao papel que lhe pertence — o de uma equipa respeitada, temida e difícil de bater.
Se esta mentalidade se mantiver, os dragões podem muito bem transformar o “temor” dos adversários em algo mais: a certeza de que o Porto é, mais uma vez, o grande favorito ao título.

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